Carro de Passageiros Double Decker Mafersa
A Mafersa foi fundada em 31 de
janeiro de 1944. Durante esse período fabrica rodas e eixos para as
ferrovias nacionais. Devido à sua localização às margens da então São Paulo Railway, vendia rodas, eixos e vagões
de carga para essa ferrovia.
Em 1947 a ferrovia foi estatizada, sendo renomeada Estrada de Ferro Santos Jundiaí. A
EFSJ começa estudos de modernização de sua ferrovia em parceria com empresas americanas
através da missão tecnológica Brasil–EUA ocorrida nos anos 50. Em 1957 é feito um
contrato de transferência de tecnologia com a The
Budd Company, sendo a Mafersa a primeira companhia industrial da América
Latina a produzir carros em aço inoxidável. No mesmo ano é inaugurada a filial
de Caçapava,
responsável pela fabricação de truques, eixos, rodas e engates.
Após o golpe militar de 1964 a Mafersa é
estatizada e
inicia a produção de carros de passageiros série 800 baseados
na série Pioneer III da Budd para a Estrada de Ferro Sorocabana e Estrada de Ferro Araraquara. Em 1968 são
fabricados TUE’s
para a EFSJ baseados na série Pioneer III da Budd.
Na década
de 1970, a Mafersa teve o seu auge, fabricando TUE’s para o Metrô de São Paulo em 1972 (sob licença
Budd), Metrô do Rio em consórcio com a Villares,
1978, para a RFFSA entre 1976 e 1978, e para a Fepasa em
consórcio com a Villares, ACEC e Sorefame,
1980.
Durante a década de 1980 a Mafersa sofre um duro golpe com a
falência da The Budd Company, sendo que fica impedida de fabricar trens
utilizando os métodos da empresa americana. Sua última encomenda utilizando
esse processo foram os TUE’s 700 para a RFFSA, fabricados entre 1983 e 1987.
Houve uma tentativa de utilizar um processo de fabricação francês sob licensa
Francorail, mas o único projeto que a Mafersa utilizou esse processo foram as
frotas C e D do metrô de São Paulo construída em conjunto com a Cobrasma.
Além disso, crises econômicas impedem o governo brasileiro que respondia pela maioria de suas encomendas de adquirir novos trens, o que
obriga a Mafersa e sua concorrente Cobrasma a iniciar a fabricação de ônibus e trólebus em 1985 como um
meio de diversificar seus produtos para fugir da crise econômica.
No início dos anos 90 a Mafersa fabrica trens para o metrô
de Brasília, com novo processo de fabricação já utilizado nos trens do metrô
Rio. Na mesma época a Mafersa faz parceria com a empresa norte americana Morrison-Knudsen Co.. Essa
parceria resulta na fabricação de 256 caixas para TUE's de aço inox para o metrô de Chicago (3200-series), 38 carros de
passageiros chamados nos EUA de Mafersa Coaches para a Virginia Railway Express.
Em 11 de novembro de 1991 a empresa é
privatizada, sendo
que a Refer (associação dos funcionários da Rede Ferroviária Federal) adquiriu o
controle acionário com 90% das ações. Em 1994 o consórcio Morrison-Knudsen Co.
/ Mafersa vence licitação nos EUA que prevê a fabricação de carros de 2 andares
para a Caltrans nos EUA. O contrato é cancelado em 1995 com a falência da
Morrison-Knudsen Co., detentora do contrato nos EUA.
No início dessa década o governo brasileiro não faz nenhuma
encomenda de trens o que leva a empresa à nova crise que atingiu o seu ápice em
1995, com a falência da parceira Morrison-Knudsen Co., com a fábrica parando a
produção por três meses sendo vendida ao Clube de Investimentos dos
Funcionários. No fim desse ano os 1.820 empregados foram demitidos e a dívida
da Mafersa atingia R$ 2,6 milhões. A fábrica foi reaberta em 1996 com 360
funcionários e recebeu apenas encomendas de reformas, tendo reformado a antiga
série 100 da EFSJ que agora pertence à CPTM.
A filial de Caçapava atinge a marca de 2 milhões de rodas
produzidas em 21 de agosto de 1998.
A matriz industrial no bairro da Lapa em São Paulo era
adquirida pela multinacional francesa Alstom em
1997. Fonte: Mafersa/Divulgação