Ativo é fabricado pela Electro-Motive Diesel e promete aumentar a produtividade operacional
A principal novidade do equipamento fica por conta de seu motor de tração de corrente alternada que até o momento não existia em bitola métrica (1 metro) no Brasil, sendo utilizada apenas em modelos para bitola larga. Hoje, a tecnologia DC, de corrente contínua, representa 100% da frota de locomotivas métricas no país. Desenvolvida nos anos 2000, a tecnologia AC permite um controle eletrônico mais preciso e um aumento de cerca de 50% da capacidade de transporte de duas locomotivas de mesmo peso e potência.
Além da possibilidade do aumento de capacidade, outra grande vantagem da tecnologia AC é que ela permite a circulação das locomotivas de forma mais eficiente em condições extremas, como em curvas estreitas e rampas muito inclinadas, reduzindo os impactos na circulação e a manutenção dos trens. Para o gerente de Processos da VLI, João Silva Júnior, esse é um fator extremamente estratégico uma vez que os trens da empresa circulam normalmente em traçados sinuosos, o que demanda muita redução de velocidade com as locomotivas de corrente contínua.
Ainda de acordo com o gerente, a companhia cada vez mais investe em inovação, com ativos mais modernos e capacidade para de fato suportar o crescimento de volume da VLI. “Com o desenvolvimento da corrente alternada para a bitola métrica, podemos ganhar em agilidade, produtividade e confiabilidade para nosso sistema logístico”, garante.
Teste
A operação para análise de viabilidade de aplicação da tecnologia AC em bitola métrica foi realizada após três anos de desenvolvimento de um projeto por parte de uma equipe de mais de 50 pessoas da VLI. Entre os profissionais envolvidos estavam técnicos, engenheiros e maquinistas da empresa, juntamente com colaboradores da fabricante, a EMD.
Segundo o gerente da EMD, Marcell Mazzo, ao longo dos últimos 20 anos a tração AC provou ser superior à tração DC no desempenho de aderência da roda ao trilho e em relação aos custos gerais de ciclo de vida das operações de frete em todo o mundo. “O resultado obtido na América do Norte, Ásia, Austrália e Índia, entre outros, locais foi um dos maiores ganhos de produtividade na história da ferrovia de carga. Agora é vez de o Brasil provar essa tecnologia em bitola métrica com a locomotiva GT46AC”, diz. Fonte: VLI