O investimento total da infraestrutura básica da ZEN será de R$ 300 milhões, sem que os sócios – além de portugueses, brasileiros e holandeses – tenham de recorrer a financiamento externo. Esses recursos preveem a implantação de uma infraestrutura básica para o funcionamento da área, como a instalação de um porto seco (área de desembaraço fiscal de mercadorias), tratamento de água e esgoto, energia elétrica, transbordo, hotéis, entre outros serviços.
Nessa área da ZEN, diversas empresas poderão instalar seus silos, armazéns ou mesmo fábricas.
O grupo espera arrecadar R$ 5,5 bilhões com a venda desses lotes e potencializar mais de R$ 20 bilhões em investimentos totais na área, além de 35 mil postos de trabalho. Experiência similar já existente é o Porto Seco Centro Oeste, mas a ZEN Tocantins deverá ser mais de 20 vezes maior às instalações atuais de Anápolis (GO).
Segundo Costa Lima, falta ao Brasil uma plataforma de suporte para a produção dos estados conhecidos pelo algorítimo Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – equivalente a nove vezes a área de Portugal, destaca ele. A ZEN do Tocantins poderá, disse ele, ser um local de suporte à produção de toda essa região para distribuição interna ou exportação, haja vista sua conexão com a ferrovia Norte-Sul e, dali, aos portos do norte do país – hoje já existe a ligação direta ao porto de Itaqui (Maranhão).
— Hoje, na China, compra-se grãos dos EUA mais baratos do que do Brasil, embora o brasileiro seja mais em conta na porta da fazenda. Isso ocorre por deficiências na logística, que o nosso projeto pode reduzir - disse Costa Lima, lembrando que, quando for instalada, a ferrovia Bioceânica entre Atlântico e Pacífico poderá também contar com o apoio da ZEN do Tocantins.
Nesta terça-feira, será apresentado em Palmas o projeto desse condomínio industrial multimodal, o maior América Latina, em cerimônia com a ministra da Agricultura Kátia Abreu, e uma comitiva de mais de 40 empresários japoneses, com interesse no agronegócio brasileiro, além dos quatro secretários de infraestrutura da região do Matopiba.
— Dizem que a crise não chegou naquela região — disse Mário Arnao Metello, um dos sócios da Logiport. Fonte: O Globo