Estudo para implantação de VLP entre Lousã e Coimbra

O investimento previsto para o denominado “sistema metrobus”, que deverá operar no canal do ramal ferroviário da Lousã e na cidade de Coimbra, oscila entre os 95 e os 110 milhões de euros, incluindo a frota de autocarros (híbridos, com propulsão elétrica ou a gás natural comprimido), segundo o documento – a que a agência Lusa teve acesso – que será apresentado, a partir das 09:30, em Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra.


Encomendado pelo Governo, através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o estudo rejeita a reposição do comboio no Ramal da Lousã, ao contrário do recomendado pela Assembleia da República em diferentes resoluções aprovadas em fevereiro.

Apesar de o LNEC manter para o novo projeto a designação “Sistema de Mobilidade do Mondego”, com a sigla SMM, adotada em 2006 pelo primeiro Governo de José Sócrates, quando Mário Lino era ministro da tutela, é agora abandonada uma solução de transporte em carris, metro ou comboio convencional.

“A reposição do comboio pesado face à solução ‘Metrobus’ não permite o atravessamento da cidade de Coimbra”, nem “a articulação urbana” dos sistemas no futuro, argumenta o LNEC.

Por outro lado, em abono da opção tecnológica defendida, os técnicos do mesmo instituto público concluíram que a futura rede de autocarros “não é uma solução comparável” à das automotoras que circularam no Ramal da Lousã até janeiro de 2010, quando a linha foi encerrada para obras que previam, desde pelo menos 1996, a introdução de um metro ligeiro.

Em 2009, numa altura em que a linha centenária da Lousã estava desvalorizada por falta de investimentos públicos e na expectativa da instalação do metro de superfície, “a CP transportou cerca de um milhão de passageiros”, recordam.

Em fevereiro, a Assembleia da República aprovou projetos de resolução do BE, PCP e PEV sobre o Ramal da Lousã e sobre a empresa Metro Mondego (MM), em cujas votações a bancada do PS de um modo geral se demarcou, votando contra ou optando pela abstenção.


Refletindo diferentes posições quanto ao futuro da MM, os partidos à esquerda do PS convergiam especialmente quanto a uma solução de natureza ferroviária para a linha entre Coimbra e Serpins, no concelho da Lousã.

Depois de um primeiro estudo, pedido pelo anterior Governo, de Pedro Passos Coelho, o LNEC procurou nesta fase “analisar a viabilidade de uma opção de alta prestação como solução para o SMM”.

Um investimento que, segundo o estudo, “garanta o reforço das condições de mobilidade” nos concelhos de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.

“A incerteza na estimativa da procura foi um fator atendido na configuração das diferentes soluções tecnológicas”, salienta o LNEC. Entre Serpins e Alto de São João, em Coimbra, “o canal é em via única e terá guiamento automático”.

A frota prevista deverá incluir 30 autocarros de 55 lugares sentados, para o troço suburbano da rede, e 13 articulados de 130 lugares sentados e em pé, para a área urbana da capital do distrito.

O novo projeto (infraestrutura e veículos) deverá ser candidatado a apoios europeus, admitindo o estudo que venha a exigir nova avaliação de impacte ambiental.

O projeto integral do metro, agora abandonado, obteve declaração de impacte ambiental “com parecer favorável condicionado”.

O movimento Lousã pelo Ramal, que defende a reposição do transporte ferroviário no Ramal da Lousã, marcou uma concentração de protesto junto aos Paços do Concelho desta vila, com início às 09:00, antes da chegada do ministro Pedro Marques. Fonte: Notícias de Coimbra


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