Metrô de São Paulo completa 48 anos da primeira viagem teste do sistema

METRÔ DE SÃO PAULO FOI O PRIMEIRO A OPERAR EM A.T.O.

O engenheiro explica que São Paulo foi a primeira cidade do mundo a operar um sistema metroviário no que os ingleses chamam de ATO (Operação Automática dos Trens). Isto aconteceu porque em razão de um acidente nos testes nos Estados Unidos, o Senado Americano restringiu por três anos o uso deste sistema de forma automatizada. O Metrô paulista iniciou a operação neste espaço de tempo, se tornando o pioneiro.

“Somos o primeiro metrô do mundo a começar sua operação comercial em ATO. Nós até copiamos a tecnologia americana, mas lá aconteceu um acidente e o senado americano atrasou em três anos o começo do uso do ATO”, explicou Peter.


Peter Alouche, um dos primeiros mil funcionários da empresa, contou ao Diário do Transporte que esta tarefa era vital para tornar viável a operação do metrô

WILLIAN MOREIRA

O Metrô de São Paulo completou nesta semana em 6 de julho de 2021, 48 anos da realização do primeiro teste de viagem de trens da empresa entre as estações Jabaquara e Liberdade, ocorrida em 1973.

Este teste foi de vital importância para o futuro das operações e aconteceu com seis carros conectados percorrendo os 11 km de via cheios de sacos de areia, que tinham a missão de simular o peso de pessoas no interior do trem.


Foto do dia 06 de julho de 1973

Além do teste no sistema de ATO (Automatic Train Operation), a situação da via permanente (trilhos) e dos sistemas elétricos foram todos avaliados para, em caso de falhas, resolver e tornar o metrô ainda mais seguro.

O engenheiro eletricista Peter Ludwig Alouche (foto abaixo), de matrícula na companhia de número 987, foi um dos mil primeiros trabalhadores da empresa Peter ingressou em 1972 e ficou responsável por comandar uma equipe de 50 outros engenheiros trabalhando diuturnamente em até 16h por dia de trabalho para concluir os prazos de instalação do sistema.

Alouche concedeu entrevista ao Diário do Transporte durante um passeio em que percorreu o mesmo trecho da viagem pioneira, contando essa história sob seu olhar. Peter relembrou outro episódio, quando o então presidente Ernesto Geisel veio conhecer o metrô paulista.

Peter resumiu de forma bem direta como eram feitos estes testes e o porque do trem dar o chamado tranco na época em que iniciou a operação.

“O teste era para verificar a via, se o trem não emperrava na via e parte elétrica, se conseguia chegar. Estes são marcos, marco importantíssimo na medida em que já se antevia a operação com o usuário.

O trem pode andar completamente vazio, pode andar com média capacidade, o máximo que nós permitíamos pelo projeto seria seis pessoas por metro quadrado, mas o que tem acontecido na hora do pico do pico, são oito pessoas por metro quadrado. Então o trem tem de andar com oito passageiros por metro quadrado com velocidade máxima e com estabilidade sem dar esses ‘trancos’. Não pode ter tranco.

Por isso que dava tranco no início, porque o ATP que dependia do relê encrencava, sujeira, alguma coisa aí parava. Hoje não acontece mais isto porque todo o sistema de ATP e ATO são informatizados. Hoje o ATO funciona na base do sistema de telecomunicação”, explica Peter Alouche. Fonte: William Moreira/Diário do Transporte


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